Abrir um negócio em Portugal: saiba mais sobre como empreender no país

Abrir um negócio em Portugal: saiba mais sobre como empreender no país

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Mudar de país, sem dúvidas, é também mudar toda a sua vida. Adaptar-se a uma nova cultura, a um novo idioma, a novas pessoas e lugares e, claro, a um novo modelo econômico e um novo mercado de trabalho. Quem deseja migrar para longe de sua terra natal já sabe que terá que enfrentar todas essas coisas. Ao falarmos do país de nossos colonizadores, isso vem acontecendo com frequência, o que os faz receber muitos brasileiros que desejam empreender em Portugal.

Para pessoas que já visitaram o país como turistas, a vontade pode surgir daí, mas é importante lembrar que visitar e viver em um país são coisas completamente diferentes.

Para quem deseja abrir seu próprio negócio, as diferenças precisam estar mais claras ainda, pois é necessário ter uma boa noção do panorama empreendedor no país e de como abrir um negócio de sucesso seguindo a lógica já existente nas terras lusitanas.

Neste texto, quem possui esse desejo poderá descobrir como proceder para concretizá-lo, entendendo um pouco mais sobre o atual cenário português.

Ter uma boa ideia para empreender é um bom passo, porém é necessário saber se ela é adequada para o país em que deseja colocá-la em prática.

Como é o mercado de trabalho em Portugal?

É sabido que algumas áreas possuem falta de profissionais no país, portanto, isso é vantajoso para quem possui qualificações que o tornem apto a exercer essas funções, sendo um início muito bom para novos moradores. Algumas empresas do país visam a criar até 11 mil novas vagas até 2020.

De uma forma geral, Portugal apresenta as menores taxas de desemprego em toda a Zona do Euro, mostrando um dos resultados mais eficazes na recuperação da crise que atingiu esta região. Ao compararmos com o Brasil, a diferença passa a ser notável, já que, se em nossas terras a taxa de desemprego atual é de quase 13%, em nosso país-irmão temos uma taxa de menos de 9%.

A quantidade de vagas disponíveis acaba sendo maior para trabalhos operacionais que não necessitam de curso superior para serem exercidos, como recepcionista, garçom, garçonete, segurança, auxiliar de limpeza e afins. Para vagas que requerem maior qualificação, há boas oportunidades para pessoas das áreas de logística, marketing, engenharia, etc, porém são vagas mais concorridas já que boa parte dos portugueses possuem ensino superior.

Para quem deseja empreender em Portugal, um dado animador é o crescimento do PIB do país, que teve um aumento significativo de 1,9% no final de 2016 e mantém-se estável. É importante lembrar, entretanto, que, como em qualquer outro país, nunca se sabe quando essa situação pode mudar. Além disso, é fundamental conhecer primeiro a lógica de seu próprio país para depois explorar a de outros.

É preciso muito mais que uma boa formação para destacar-se no mercado profissional, a mesma coisa se aplica para quem deseja empreender.

Quais os tipos de empresa que podem ser abertas?

Assim como em qualquer país, é necessário passar pelo processo de abertura de sua empresa, escolhendo em qual regime ela atuará, por exemplo.

Estrangeiros também devem se preocupar com o tipo de visto que tirarão para poder iniciar seu próprio negócio em terras estrangeiras.

Vamos começar falando sobre o visto, medida que você iniciará em seu país de origem. Para brasileiros, no caso, é necessário solicitar o visto D2/Gold caso ainda não seja residente de Portugal. Esse tipo de visto é para atividades profissionais independentes e, por isso, requer um maior investimento inicial ou a criação de uma quantidade pré-determinada de vagas de empregos no país.

Caso o brasileiro já resida no país e possua o visto de trabalho, ele não precisará ser renovado ou alterado para que abra sua própria empresa.

Após obter seu visto, o próximo passo é escolher uma firma pré-aprovada, ou seja, selecionar o nome de sua empresa. Em seguida, escolhe-se o pacto social no qual essa empresa será enquadrada, sendo que para isso há duas opções: se será uma atividade coletiva ou individual. A partir dessa escolha, surgem categorias diferentes, que são detalhadas abaixo.

Atividade individual

  • Empresário em nome individual: não existe quantia mínima para o capital social;
  • Sociedade Unipessoal por Quotas: assim como no caso anterior, não existe quantia mínima para o capital social;
  • Estabelecimento Individual de Responsabilidade Limitada: o capital mínimo deve ser de 5 mil euros, sendo que um terço disso deve ser pago em forma monetária e seu restante pago em penhoras e afins.

Atividade coletiva

  • Sociedade por Quotas: o capital mínimo deve ser de 5 euros divididos em quotas de 100 euros.
  • Sociedade Anônima: capital mínimo de 50 mil euros.
  • Sociedade em Nome Coletivo: não existe quantia mínima para o capital social.
  • Sociedade em Comandita: capital mínimo de 50 mil euros.
  • Cooperativa: capital mínimo de 2.500 euros.

Estamos no quinto passo, que é a abertura da empresa e talvez o processo mais simples caso você já tenha todos os documentos necessários em mãos, que também diferenciam-se entre pessoas singulares e pessoas coletivas.

Para o primeiro caso são necessários o Cartão de contribuinte (NIF), um Documento de identificação e o cartão de Beneficiário da Segurança Social (opcional). Para o segundo, o cartão da empresa ou de pessoa coletiva e a Ata da Assembleia Geral que formaliza a criação da sociedade.

Todos esses documentos deverão ser apresentados no balcão do Empresa na Hora, cujo nome diz respeito justamente ao tempo que o processo demora após iniciado, que é de uma hora.

Para abrir uma empresa é necessária a apresentação de documentação detalhada e o pagamento de taxas, fique atento a todos os procedimentos.

É claro que todos esses processos também requerem investimentos, principalmente o pagamento de taxas para iniciar seu próprio negócio com tudo em dia. Por se tratar de uma empresa em Portugal, os valores deverão ser pagos em euro. Só para sua abertura, por exemplo, deverá ser desembolsada a quantia de 360euros.

Outros impostos são o IRC, que é o Imposto sobre o rendimento das pessoas coletivas, calculado em 25%; a Derrama, que pode chegar a 1,5%; o IVA (Imposto sobre o valor acrescentado), que é calculado de acordo com os bens ou serviços a serem oferecidos e pode ter taxas de 6%, 13% ou 23%; e, por fim, a taxa sobre o valor dos salários dos colaboradores da empresa, caso haja.

Ao final, serão entregues ao solicitante os documentos da empresa, que são o Pacto Social, o Código de Acesso à Certidão Permanente de Registro Comercial, o Código de acesso ao cartão eletrônico da empresa (que também será recebido em forma física) e o Número de Segurança Social. A partir disso, um contador deverá ser indicado e, em até cinco dias úteis, o valor do capital social deverá ser depositado em uma conta aberta em nome da sociedade.

Empreendimentos rentáveis e de baixo custo em Portugal

Agora que você já sabe tudo sobre a abertura de uma empresa em Portugal, vamos falar sobre os tipos de empresa que podem ser abertas, mostrando quais são mais rentáveis e quais são de baixo custo para que você escolha qual se encaixa melhor em seus objetivos e comece a empreender em Portugal.

Antes, porém, ressaltamos que o melhor caminho para tornar seu empreendimento rentável é conhecer o público com o qual ele conversará. Portugal e o Brasil possuem algumas similaridades culturais e linguísticas, entretanto são bastante diferentes mesmo assim.

Analisar o comportamento de consumo dos portugueses pode ser uma estratégia fundamental para levar sua empresa ao sucesso. Veja quais as melhores alternativas:

Franquias

Um bom ramo para investimentos é o alimentício, pois as pessoas sempre precisam se alimentar, logo, seu negócio sempre terá clientes. Os investimentos costumam ser um pouco mais altos, porém é notável o sucesso que cafeterias, sorveterias e outros tipos de restaurantes fazem nas terras lusitanas, afinal, o povo português é conhecido mundialmente por não abrir mão de boas refeições.

Compra de empresas prestes a fechar

Imagine investir em uma empresa que já possui nome no mercado e já está estabelecida a preços mais baixos. Essa opção é a mais viável para isso, porém não é para todos, já que requer atenção e que o comprador saiba de fato o que está fazendo. Vale, ainda, pesquisar o histórico da empresa antes de adquiri-la, para conhecer sua reputação e sua carta de clientes.

Coaching

O conceito de coaching é algo novo na sociedade portuguesa, mas pode ser bem explorado, pois tem sido bastante procurado por sua população devido ao seu atual crescimento econômico. Para quem não sabe, um coach é um profissional que tem como objetivo melhorar as habilidades de uma pessoa para que ela exerça suas atividades com sucesso.

Aqui temos um exemplo de empreendimento de baixo custo, já que um coach não precisa se preocupar inicialmente com um local para trabalhar, por exemplo, pois pode atender seus clientes em suas casas ou em suas próprias empresas. Boa comunicação é o que ele precisa para dar certo e conseguir bons clientes.

Compra e venda de bens

Devido à crise na Zona do Euro, algumas pessoas tiveram que se desfazer de bens com o objetivo de conseguir dinheiro rápido, vendendo-os, portanto, a preços muito abaixo do que realmente valiam. A compra desses bens e revenda pode ser um bom meio de conseguir bons lucros.

Comércio local

Para quem deseja investir no bom e velho comércio local, o momento é propício. Lojas de rua voltaram a ser procuradas, principalmente quando oferecem produtos diferenciados. Vestuário, calçados e alimentação são boas apostas.

Outros exemplos de baixo custo

Há bastantes opções para quem deseja explorar o território com empreendimentos de baixo custo, pois esse tipo de negócio tem sido bastante valorizado nas terras portuguesas. Locais que ofereçam refeições a preços mais baixos, por exemplo, são bem-vistos e têm boa frequência de clientes.

Empreendimentos virtuais

Assim como em qualquer lugar do mundo, lojas virtuais se popularizaram muito em solo lusitano, portanto optar por este caminho pode trazer bons resultados para quem o faz. As preferidas, segundo o comportamento de consumo português, têm sido a prestação de serviços como freelancer, venda de artigos usados ou, ainda, a venda de publicidade por meio de blogs e outras mídias sociais.

Analisar cada tipo de negócio e buscar um que se adeque aos seus objetivos é um bom caminho para potencializar lucros.

Neste texto falamos sobre o que deve ser feito por quem deseja empreender em Portugal, mostrando um panorama do mercado de trabalho e do cenário econômico atual do país, bem como todos os processos a serem feitos, desde a escolha do nome da empresa até sua concretização. Nossas dicas também mostraram quais as melhores áreas para quem deseja começar seu próprio negócio no país.

Se restou alguma dúvida, basta escrevê-la nos comentários que teremos o prazer de esclarecê-la. Caso deseje começar seu próprio negócio nas terras lusitanas ou conseguir sua cidadania portuguesa, você pode entrar em contato conosco.

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