Cidade de Pompeia: o que visitar nas ruínas e curiosidades sobre a tragédia do Vesúvio

Cidade de Pompeia: o que visitar nas ruínas e curiosidades sobre a tragédia do Vesúvio

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Atualizado em: 24/07/2025 por Maria Eduarda Franco

Tema de grandes obras artísticas e canções, Pompeia é, possivelmente, um dos destinos mais enigmáticos da Itália por sua histórica trágica de destruição mas também por ser um dos sítios arqueológicos mais importantes do mundo.

Quem ama História Antiga não pode perder a experiência singular de conhecer as ruínas e relembrar um grande marco da história italiana e mundial.

Onde fica a cidade de Pompeia?

Localizada ao sul da Itália, mais precisamente na região da Campânia, próxima ao Golfo de Nápoles e aos pés do monumental Monte Vesúvio.

Pompeia foi uma das cidades romanas mais prósperas da Antiguidade, castigada fatalmente e soterrada por muitos séculos pela erupção do vulcão Vesúvio em 79 d.C.

A fundação e ascensão – Qual a história da cidade de Pompeia? 

Origem e desenvolvimento da cidade

Após escavações arqueológicas nas inacreditáveis ruínas preservadas ao longo dos séculos, especialistas estimam que a formação da cidade de Pompeia teve início entre os séculos VIII e VII a.C., tendo sido fundada pelos oscos, um povo itálico.

No entanto, os primeiros registros de habitação da cidade são creditados à Idade do Bronze (3.000 – 1.200 a.C.). Pompeia possui uma rica história de influência de diversos povos, como os etruscos, os samnitas e os gregos. É possível reconhecer as influências desde as estruturas da cidade até o desenvolvimento e organização urbana estudados a partir de suas ruínas.

Pompeia fez parte das Guerras Samnitas do lado adversário a Roma, sendo derrotados e dominados pelos romanos, porém mantendo alguma autonomia que teve fim em 80 a.C. Sob título de colônia romana, Pompeia triunfou em um curto período de muita prosperidade antes da erupção do Monte Vesúvio, que viria a dizimar a cidade como era antes conhecida.

Após status de colônia, a cidade passou por um período de intensa urbanização com a construção de edifícios grandiosos como o Fórum, templos dedicados a Apolo, Júpiter e Vênus, o Grande Teatro, o Teatro Piccolo, termas públicas e muito mais. As residências privadas ganharam jardins e átrios, além de estruturas mais elaboradas.

Importância econômica e cultural na Roma Antiga

A localização de Pompeia era uma enorme vantagem para a sua importância, pois sua proximidade com o Golfo e a planície da Campânia, com solo muito fértil e de suma importância para a agricultura, faziam da região um ponto de conexão entre o interior da Itália e o Mar Mediterrâneo, facilitando a exportação de produtos agrícolas como o azeite e o vinho e impulsionava o comércio marítimo.

Centro de produção artesanal com um vasto comércio muito ativo, Pompeia movimentava a economia regional com lojas e oficinas espalhadas pela cidade e atraía os olhos de diversas outras partes do país e do continente pelos debates no Fórum e as apresentações nos grandes teatros. 

Pompeia, a certa altura, tornou-se um destino popular para a população romana abastada, sendo populada por habitantes da capital em suas vilas durante o período de férias. Com uma vida cultural muito rica e dotada de costumes e tradições dos povos de origem mescladas àquelas trazidas pelo povo romano, era palco de peças, concertos musicais e lutas de gladiadores.

A erupção do Vesúvio em 79 d.C.

Conhecido ainda hoje por ser um dos eventos vulcânicos mais famosos e catastróficos da história do mundo, a Erupção do Vesúvio foi responsável pela total destruição da cidade e a dizimação de seus habitantes.

Contexto geológico do Monte Vesúvio

Antes da catástrofe de 79 a.C., o Vesúvio, considerado um estratovulcão ainda ativo, já havia entrado em erupção, porém com eventos menos expressivos e não tão bem documentados. Ele não era considerado uma ameaça iminente pelos moradores da região até então, pois confiavam nas propriedades positivas e bem exploradas do solo vulcânico, sinônimo de grande fertilidade para os nativos de Pompeia.

Em 79 a.C., o Vesúvio entrou em forte erupção do tipo pliniana, caracterizada por explosões violentas que lançavam à atmosfera em grandes alturas colunas eruptivas de gases, cinzas e fragmentos rochosos. As erupções plinianas são o tipo mais perigoso de erupção, podendo ser responsáveis, além das explosões, por avalanches de gás quente e material vulcânico e quedas de cinza generalizadas, gerando cenários altamente destrutivos.

Detalhes da erupção e seus efeitos devastadores

Estima-se que após um longo período de tremores de terra, a erupção teve início em 24 de agosto de 79 a.C., com a formação de uma grande nuvem em forma de pinheiro (como retratado por Plínio, o Jovem) emergindo do Vesúvio. 

O primeiro momento da erupção contou com aa queda de cinzas vulcânicas finas e pedras-pomes sobre toda a cidade, mesmo localizada a uma distância de 10 km do vulcão. Como resultado, houve o colapso de diversos telhados e estruturas, dificultando a evasão da área.

Na manhã de 25 de agosto, a erupção se tornou ainda mais violenta, com múltiplas avalanches superaquecidas de gás, rochas e cinzas escorrendo pelas encostas do vulcão em alta velocidade. Soterrada sob uma camada espessa de material vulcânico, a cidade de Herculano foi a primeira a ser atingida, antes da chegada da tragédia a Pompeia. 

Por conta dos fluxos piroclásticos, Pompeia experimentou a morte instantânea da maioria de seus habitantes, tanto pelo calor extremo quanto pela asfixia. A cidade foi coberta por uma espessa camada entre 4 e 6 metros de pedras-pomes e cinzas, o que conservou boa parte das estruturas de forma notável. 

Descoberta e início das escavações arqueológicas

Pompeia teve uma redescoberta acidental no século XVIII, apesar de evidências esporádicas de ruínas ao longo dos séculos. A localização exata da cidade foi esquecida por muito tempo até ser reencontrada e dar-se início a escavações sistemáticas em 1748 pela Espanha, sob o reinado de Carlos III que incluía a região de Nápoles na época. 

O objetivo, a priori, era encontrar artefatos valiosos, mas quando as primeiras escavações revelaram partes do anfiteatro e outras construções imponentes, os olhos de outras regiões da Europa se voltaram para Pompeia. No século XIX, com o desenvolvimento de técnicas arqueológicas menos arcaicas e disciplina científica, foi possível uma nova visão sobre a catástrofe e sua história.

Até os dias atuais há escavações sendo realizadas e novas descobertas sobre a vida da população da Antiguidade na região. O sítio arqueológico de Pompeia tornou-se uma fonte inesgotável de informações e conexões com o passado.

Como chegar a cidade de Pompéia?

Para chegar às ruínas de Pompeia, parte-se de Nápoles e a viagem pode ser feita de diversas maneiras.

A partir da estação Napoli Porta Garibaldi é possível pegar um trem até Pompeia em uma viagem que dura cerca de 30 a 40 minutos.

Algumas empresas de ônibus oferecem a conexão entre Nápoles e Pompeia com saídas a cada 20 ou 30 minutos em autocarros.

Você pode também alugar um carro e percorrer os 25 km que separam uma cidade da outra ou escolher uma excursão guiada com transporte e informações, além de guias turísticos especializados.

Quais são as melhores épocas para visitar a cidade de Pompéia? 

Para desfrutar de épocas de visitação com um clima mais agradável e menores multidões de turistas, opte por visitar Pompeia na primavera (abril e maio, principalmente) e no outono (setembro e outubro).

Com temperaturas amenas, a natureza ao redor do sítio arqueológico fica mais vistosa e é possível explorar o local com maior tranquilidade.

Durante o inverno há maiores probabilidades de chuva e é uma época mais fria, com uma natureza mais discreta. Já no verão, é tempo de altas temperaturas e pico de temporada, o que sempre significa grandes multidões de turistas.

O que visitar nas Ruínas da cidade de Pompéia?

Fórum Romano

Considerado o coração da vida pública, religiosa e comercial de Pompeia, o Fórum Romano era uma grande praça circundada por construções importantes como os templos dedicados a Júpiter e Apolo, a basílica e arcos triunfais. Caminhar pelo Fórum nos dias de hoje ainda traz a sensação de importância e imponência da cidade no contexto histórico da Antiguidade.

Anfiteatro de Pompeia

Um dos mais antigos anfiteatros da Roma antiga que sobreviveram ao tempo. Datado de 70 a.C., era no anfiteatro de Pompeia que aconteciam os duelos de gladiadores e espetáculos públicos para o povo.

Casa dos Vettii

Pertencente a dois irmãos muito ricos habitantes de Pompeia, os Vettii, é uma das casas mais luxuosas e bem preservadas da cidade, famosa pela quantidade de detalhes e afrescos coloridos, oferecendo um vislumbre do gosto da aristocracia por arte e mitologia.

Lupanar (Casa de Prostituição)

Outra paixão romana antiga é, sem dúvidas, o erotismo. Retratado em vestíbulos mesmo em locais de elite como a Casa dos Vettii, é em Lupanar que temos uma ideia mais fiel de como funcionavam os bordeis romanos. Pequenas celas com camas de pedra e imagens eróticas nas paredes proporcionam ideias sobre o aspecto da vida social da época.

Termas Stabianas

As termas eram grandes estruturas que ofereciam banhos em diferentes temperaturas para seus frequentadores. A Stabianas é uma das maiores e mais antigas da cidade, contando ainda com um ginásio e áreas de descanso. É possível ver as ruínas bem preservadas de salas de aquecimento, piscinas e decoração dos locais responsáveis pelo lazer e higiene do povo da época.
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Este conteúdo foi escrito por Maria Eduarda Franco

Designer conversacional da empresa @cidadaniaja

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