Já sentiu vontade de viajar legalmente para Europa por mais de 90 dias? É o sonho de destino de muitos viajantes. O continente europeu é encantador, a vontade de ir e ficar é enorme, mas o visto de turista limita a estadia a 90 dias.
Para ajudar os viajantes que querem permanecer mais tempo legalmente, o Cidadania Já preparou um post com dicas sobre como estender sua permanência na Europa além dos três meses permitidos.
O post também inclui um passo a passo para tornar sua estadia legal e relembra as regras importantes para a entrada e permanência no continente.
GUIA RÁPIDO DE LEITURA:
Regras para entrada e estadia na Europa
- Vamos começar falando sobre o Espaço Schengen. Este é o nome de um tratado cujo objetivo é promover o livre fluxo de pessoas pela Europa, ou seja, está liberado turistas pelos países signatários do acordo por até 90 dias SEM necessidade do visto. Isso mesmo, o turista brasileiro pode viajar por no máximo três meses pelos países do Espaço Schengen sem precisar do visto, o que diminui as burocracias na fronteira de cada país. Fazem parte do acordo: Alemanha, Áustria, Bélgica, Dinamarca, Eslováquia, Eslovênia, Espanha, Estônia, Finlândia, França, Grécia, Holanda, Hungria, Islândia, Itália, Letônia, Liechtenstein, Lituânia, Luxemburgo, Malta, Mônaco, Noruega, Polônia, Portugal, República Checa, Suécia, Suíça e Vaticano. Caso você viaje por três meses por esses países, só poderá retornar ao Espaço Schengen após 180 dias.
- No Reino Unido, o período máximo de estadia sem visto liberado a turistas é de 180 dias. Caso você permaneça no Estado por este período, só poderá retornar à região após 12 meses. Caso sua estadia dure menos de 180 dias, não há uma regra que defina o tempo que será permitido você ficar quando tentar entrar novamente. Isso depende do funcionário da imigração.
- Em países como Irlanda, Bulgária, Romênia e Sérvia, por exemplo, a estadia máxima permitida para turistas sem visto é de 90 dias. Após esse período, é necessário ficar 180 dias fora da região para ser permitido retornar a ela no futuro. Isso quer dizer que você pode ficar 90 dias na Irlanda, 90 dias na Bulgária, 90 dias na Romênia e depois voltar para a Irlanda, pois já terão se passado 180 dias.
Como viajar legalmente para Europa
Se você leu com atenção as regras acima, provavelmente já entendeu qual é o esquema para estender sua estadia no velho continente de forma legal. Mas se você ainda não pescou a ideia, pode deixar, vou te explicar tudinho agora.
Quando você entra na Europa, você tem o direito de viajar pelos países do Espaço Schengen por 90 dias e só pode retornar depois de seis meses. Quando este período de 90 dias esgotar, viaje por 180 dias para outros países que não fazem parte do acordo. Romênia, Turquia e Irlanda são opções maravilhosas para o seu roteiro.
Já pensou em conhecer o “Castelo do Drácula” ou então fazer um passeio de balão inesquecível na Capadócia? Existe tanto lugar lindo para se conhecer que não vai ser nada difícil ficar esse período fora do Espaço Schengen. Depois dos 180 dias, já está liberado o seu retorno para os países que fazem parte do acordo.
Se você seguir esses passos e não tentar trabalhar ilegalmente, não infringirá nenhuma lei e conseguirá ficar na Europa por mais de três meses. O único fator que pode atrapalhar o esquema é a imigração. Mesmo não precisando de visto, o turista brasileiro – na entrada do país – precisará de um carimbo que valide sua estadia. Pode acontecer do funcionário não autorizar sua entrada. Não é certeza que isso ocorrerá, mas pode acontecer.
Comprove renda fixa
Para viajar legalmente para Europa por mais de 90 dias você precisará ter dinheiro para se manter, então tenha sempre um comprovante de renda fixa consigo. Extratos bancários, cartão de crédito, etc.
Comprovação de vínculos
Leve documentos que comprovem que você tem interesse em retornar para o Brasil, como contrato de trabalho, inscrição em universidade, investimentos no Brasil, etc.
Seguro de viagem
Independente do período que você vá ficar na Europa, é preciso ter um seguro de viagem com cobertura de 30 mil euros. Não se esqueça de incluir no seguro os países que você irá visitar que não fazem parte da UE.
Mesmo que você tenha direito de ficar 90 dias na Espanha, 180 dias no Reino Unido e mais 90 dias na Itália, por exemplo, não quer dizer que o funcionário da imigração vai te deixar passar sem implicações, então é sempre bom levar todos esses documentos com você durante a viagem, deixar tudo certinho e não exceder os períodos permitidos de estadia.
O que acontece se ultrapassar o período limite?
Evite ultrapassar o limite de 90 dias na Europa sem autorização, pois as consequências podem ser graves. Se descoberto, você pode ser deportado e banido do continente por anos. No Reino Unido, por exemplo, o banimento pode durar até 10 anos.
Mesmo sem ser pego, os carimbos no passaporte podem causar problemas futuros. É melhor seguir as dicas para permanecer legalmente.
Existe outra maneira de ficar legalmente na Europa por mais de 90 dias?
Sim! Você pode pedir a extensão do seu visto de turista, mas essa extensão só é válida para um único país e é um processo bem mais chatinho.
Atualmente, você também pode pedir extensão de visto através do ETIAS. Confira o nosso conteúdo completo clicando aqui.
Você deve procurar o órgão responsável por estrangeiros no país em que você pretende ficar por mais tempo e pedir a autorização para estender a estadia. Como é um processo demorado, não adianta deixar para o fim da viagem. Faça o pedido com antecedência. Se você realmente preferir essa opção, tenha em mente:
- Você precisará de um bom motivo que os convença a autorizar sua estadia por mais de 90 dias no país;
- Veja no site da imigração do país quais são os documentos necessários para realizar o pedido e tenha todos em mãos;
- Tenha o comprovante do lugar em que você se hospedará;
- Tenha o comprovante da passagem de volta com a data de retorno ao Brasil.
Outra boa opção para evitar burocracias quando o plano é ficar mais de 90 dias na Europa é ter dupla cidadania. Ser cidadão europeu garante que você entre e saia de todos os países membros da UE sem tantas exigências como um turista teria.