Portugal tem atualmente o valor de R(t) abaixo de 1 em todas as regiões do país e o índice de contágio também é o mais baixo da Europa.
A incidência da COVID-19 está baixando em todas as faixas etárias. Apesar da descida destes indicadores, a ministra da Saúde disse que não é ainda o momento de discutir datas para o desconfinamento. Estas e outras conclusões foram transmitidas esta segunda-feira (22) na reunião entre peritos e governantes no Infarmed.
Marta Temido chamou a atenção para o número de doentes internados que Portugal ainda tem e para os cuidados necessários que é preciso alocar a outras patologias. “Este é o momento de nos concentrarmos em conter a transmissão da doença, em melhorar aquilo que é a resposta a outras áreas que não a área covid-19, em apostar na rapidez do processo de vacinação e na protecção dos mais frágeis e vulneráveis”.
Segundo especialistas, a estimativa para o índice de transmissibilidade R(t) da covid-19 em Portugal é de 0,67, entre 13 e 17 de Fevereiro — “O valor mais baixo que estimamos desde o início da epidemia.O valor do Rt encontra-se abaixo de 1 em todas as regiões do continente e regiões autónomas e nos últimos cinco dias tem-se observado uma estabilização do valor do Rt em torno de 0,66 e 0,68”. De acordo com o especialista, Portugal tem agora o valor do R(t) mais baixo da Europa. “Se continuarmos, é possível continuar a descer a uma velocidade acentuada.”
Portugal teve descida muito significativa de novos casos
Apresentando os dados relativos à incidência da covid-19 a 14 dias por cada cem mil habitantes, segundo André Peralta, da Direção Geral da Saúde (DGS) Portugal já estava “numa fase de descida, mas ainda com uma incidência muito alta”. “Houve uma consolidação dessa tendência e uma descida muito significativa e expressiva da incidência do número de novos casos. Estamos, dia 20, com uma incidência de 322 casos por cem mil habitantes”, disse.
Peralta Santos mencionou ainda que se mantém a tendência de descida da incidência da doença em todos os grupos etários. “O grupo com mais de 80 anos é neste momento o que tem uma maior incidência, apesar de tudo muito mais reduzidoa e com níveis de incidência ao nível do que tínhamos em nNovembro, o que é de assinalar como positivo”, indicou o especialista da DGS.
Esta 16.ª reunião no Infarmed realizou-se uma semana antes da nova renovação do estado de emergência. O atual período termina às 23h59 de 1 de Março e a próxima renovação vigorará entre 2 e 16 de Março.
Levando em conta o estado de emergência, o Governo impôs um dever geral de recolhimento domiciliário e a suspensão de um conjunto de atividades desde 15 de Janeiro. As escolas foram entretanto encerradas a 22 de Janeiro, primeiro com uma interrupção letiva por duas semanas, e depois com o regresso das aulas à distância. O dia em que foi decretado o atual estado de emergência, o primeiro-ministro, António Costa, afirmou que será preciso manter o confinamento geral “ainda durante o mês de março” e que não era o momento “para começar a discutir desconfinamentos totais ou parciais”.
Já Marcelo Rebelo de Sousa apontou como meta até à Páscoa, no início de Abril, a redução do número de novos casos diários de infecção “para menos de dois mil”, de modo que “os internamentos e os cuidados intensivos desçam dos mais de cinco mil e mais de oitocentos agora para perto de um quarto desses valores”.
Portugal teve, desde a passada segunda-feira, uma média de 1744 novos casos de infecção e 91 mortes por dia. Neste domingo, registraram-se 549 casos de infecção, o número mais baixo desde 6 de outubro. Segundo os últimos dados da DGS, existiam 3322 pessoas internadas, 627 destas nos cuidados intensivos.